De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – em 2019 cerca de 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental em todo o mundo, sendo 14% deles adolescentes. Isso mostra que mostra a grande prevalência de problemas de saúde mental na população mundial.
De acordo com o Pós PhD em neurociências e membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, todos possuem algum nível de predisposição a transtornos mentais, o que muda é a forma como elas podem se manifestar.
“Todos possuem predisposições para um ou mais transtornos mentais ao longo da vida. Mas desenvolver algum desses transtornos depende da manifestação dessas predisposições, influenciado por fatores como traumas, fatores ambientais ou outras doenças”, afirma.
“Nossos comportamentos não só mostram quem somos, mas podem influenciar como agimos e como nos sentimos. Alguns deles nos deixam mais propensos a desenvolver transtornos, o que, combinado com predisposições genéticas, influencia as nossas tendências individuais. Esses transtornos geralmente são resultado de uma mistura de fatores.Todos nós nascemos com algumas tendências que, em determinadas circunstâncias, podem levar a transtornos, todos estão propensos a isso em algum nível”.
“Por exemplo, se uma pessoa que tem insegurança, introversão, perfeccionismo, etc., ela pode levar uma vida sem necessidade de ajuda profissional e nem mesmo perceber que possui características que se encaixam no Transtorno de Personalidade Evitativa (TPE), ao mesmo tempo em que pode passar por um trauma e tudo isso se manifestar na forma do transtorno”, afirma o Dr. Fabiano de Abreu.
Traços comportamentais de todos possuem semelhanças com transtornos
“Se analisarmos isoladamente os traços comportamentais de uma pessoa, é possível identificar semelhanças com traços presentes em um ou mais transtornos de personalidade. Não necessariamente todos os traços precisam ser compatíveis, mas uma significativa maioria pode ser observada. Eu denomino isso como predisposição de personalidade, não de origem genética, que se assemelha à genética quando examinada através de sequenciamento de DNA ou imputação de dados brutos, dependendo do tamanho da amostra”.
“Esse fenômeno pode levar alguém a acreditar equivocadamente que possui um transtorno mental, mas um transtorno se caracteriza quando esses traços se tornam nocivos. Isso deriva da intensidade desses traços, que é influenciada por fatores ambientais, como estilos de vida, estressores, traumas e outros elementos que intensificam esses traços ao ponto de causar prejuízos que podem ser diagnosticados como um transtorno. Portanto, este conceito abrange não apenas a predisposição genética per se, mas também uma predisposição que emerge da personalidade”, explica Dr. Fabiano de Abreu.
Este estudo, fundamentado no conceito do Dr. Fabiano de Abreu, está sendo desenvolvido no CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito com o apoio de diversos profissionais da saúde. A pesquisa está em processo de revisão para futura publicação em uma revista científica.