O Carnaval é a maior festa da Terra, e tem a tradição de expôr para o mundo também questões políticas e socioeconômicas do Brasil, que repercutem no mundo todo graças a vitrine da Sapucaí.
A Escola de Samba do Grupo de Acesso do carnaval carioca Acadêmicos do Sossego resolveu polemizar duplamente: além de trazer o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, retratado como um demônio, trará no mesmo carro uma musa transsexual, a fisiculturista Priscila Reis.
Priscila é musa da Acadêmicos do Sossego, e será a primeira musa trans a desfilar pelo Grupo de Acesso e a primeira musa fitness do samba da história.
Marcelo Crivella é bispo evangélico e cortou verbas públicas para o Carnaval carioca quando assumir a prefeitura em 2017. Retratar Crivella como um demônio é uma clara provocação ao prefeito por este corte de verbas para o Carnaval.
Crivella afirmou, em pregação em 2012, que a homossexualidade pode ter origem no sofrimento do bebê ainda no útero da mãe e que a homossexualidade seria um “mal terrível”. Segundo ele, gays merecem compreensão porque podem ser fruto de aborto malsucedido. Logo, o fato da musa trans Priscila Reis vir como destaque principal do carro alegórico que o representa é uma provocação em dose dupla ao prefeito por parte da agremiação
Sobre a polêmica, Priscila tem uma opinião: “Estou a favor do Carnaval, e não sou um aborto malsucedido como o prefeito afirmou anos atrás. Amo minha cidade, amo o Carnaval e tudo que ele representa e lamento que o prefeito tenha tido essa atitude de prejudicar as Escolas cortando verba deste que é o evento que mais traz turistas para o Rio de Janeiro e gera empregos”.