Daca (Bangladesh) – O Governo de Bangladesh, o quarto país com maior taxa de casamento infantil no mundo, lançou nesta quinta-feira um plano de ação para acabar definitivamente as uniões com meninas menores de 18 anos, até 2041.
Porém o plano, que tem a parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), prevê eliminar da legislação do país também o casamento de meninas menores de 15 anos.
Só entre 2005 e 2013, 65% das mulheres de Bangladesh se casaram antes dos 18 anos.
De acordo com as estimativas de Governo de Bangladesh essa taxa diminuiu nos últimos anos e caiu para 62,8% em 2015 e depois para 47% em 2017.
No último ano, o número de meninas casadas menores de 15 anos foi de 10,7%, menos da metade desde os 23,8% registrados em 2015, tudo isto segundo os dados oficiais incluídos no plano de ação nacional.
O Unicef estima que atualmente cerca de 650 milhões das mulheres que vivem no mundo se casaram sendo meninas, e que mais de 150 milhões correm risco de ser submetidas a esta prática antes de 2030
“É difícil reduzir ou eliminar o casamento infantil da noite para o dia. Para a família que é extremamente pobre, a menina que não tem tutores. É difícil acabar com o casamento infantil”, disse a vice-ministra de Assuntos da Criança e da Mulher, Meher Afroze Chumki, na cerimônia de lançamento do plano
em Daca.
“Estamos trabalhando para acabar com o casamento infantil abordando estes problemas”, acrescentou.
O plano de ação será implementado em várias fases e se desenvolverá no período 2018-2030.
Os dados do Unicef colocam Bangladesh atrás de Níger, da República Centro-Africana e do Chade, como os países com maior incidência de casamento infantil.
A secretária do Ministério para Assuntos da Criança e da Mulher, Nasima Begum, disse estar otimista sobre o sucesso do programa, porque poderia conseguir a erradicação de problema “antes do tempo estipulado”, disse.
Além disso, “iniciamos conversas com todas as partes interessadas para intensificar os esforços no plano de ação nacional, e erradicar o casamento infantil mediante a identificação das causas de raiz”, afirmou.
O casamento infantil foi abolido pela maioria dos governos, no entanto, estas uniões seguem ocorrendo, especialmente nas zonas rurais do sul da Ásia. Agência EFE