Você já ouviu falar na malformação de Chiari ou deformidade de Chiari I? De acordo com a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (SBNPed), essa é uma condição congênita ou adquirida em que uma estrutura conhecida como tonsila cerebelar invade o canal espinhal.
A condição congênita, geralmente está associada a alguma condição que leva a um fossa posterior do crânio pequena ou disforme. Consequentemente, existe uma dificuldade acomodação do cerebelo e do líquido céfalo-raquidiano (líquor) na transição craniovertebral
Segundo médico neurocirurgião pediátrico Alexandre Canheu, “essa é uma má formação na base do crânio que causa o escorregamento de parte do cerebelo para dentro do canal vertebral. Isso pode causar vários sintomas, além de poder ocasionar uma doença muito grave”, explicou.
Os sinais e sintomas variam de acordo com o grau de comprometimento do sistema nervoso, podendo ser:
• Dor cervical;
• fraqueza muscular;
• dificuldade de equilíbrio;
• alteração da coordenação;
• perda da sensibilidade e dormência;
• dores de cabeça persistentes;
• tontura
• roncos e apneia do sono
• dificuldade para engolir.
Também segundo a SBNPed, o tratamento cirúrgico será indicado para casos sintomáticos e progressivos. Avaliações clínica e radiológica devem ser realizadas para identificar uma relação de causa e efeito.
A técnica cirúrgica mais adequada e consagrada, através de inúmeros trabalhos científicos é a descompressão da fossa posterior. Existem algumas variações na técnica, de acordo com cada caso específico.
“Essa doença é séria e precisa ser acompanhada por uma equipe especializada. Nem todas as crianças vão para cirurgia, na verdade, só cerca de 8 a 10%. No entanto, todas as crianças precisam de um acompanhamento”, finalizou.