O cartaz do longa-metragem “LUNA”, de Cris Azzi, acaba de ser divulgado. Com distribuição da Cineart Filmes, a produção foi selecionada para a mostra competitiva do 51° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em setembro. A história pauta o encontro de duas jovens e acompanha a trajetória e as consequências desse acontecimento.
– Em 2014 me vi chorando diante de uma matéria jornalística que narrava a morte de uma jovem brasileira de 17 anos que tirou sua própria vida após ter um vÍdeo de sexo viralizado nas redes sociais. Quatro anos depois, com o filme já montado, ainda me pergunto em qual lugar íntimo essa história me moveu a ponto de fazer um filme com essa inquietude como ponto de partida – conta o diretor.
A história da Luana e de seu encontro com Emília atravessa temas como a descoberta da sexualidade feminina associada à autoexposição favorecida pelas novas mídias, a busca por novas experiências, por pertencimento e autoafirmação. “Coloca à prova aspectos como liberdade e preconceito, liberdade e abuso, liberdade e julgamento moral. Mas a meu ver, para além dessa camada, o filme se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições”.
Para realizar sua primeira ficção, Azzi praticou o exercício da escuta. “Me vi diante de um universo de meninas brasileiras com muitas histórias de decepções com o universo masculino. Abusos, assédio, estupro, abandono. Hoje, ao olhar para o percurso do filme, entendo que esses fatos recorrentes nas conversas foram borrando o roteiro naturalmente”, diz Azzi.
-Durante esses quatro anos de realização, as reivindicações femininas ganharam luz no Brasil e indicam um caminho espinhoso, mas sem volta, na direção da igualdade de direitos em relação aos homens. Nesse sentido, quando ainda me vejo tentando entender por qual motivo a história lida no jornal me tocou tanto, começo a perceber que falar desse universo é também uma busca pessoal por aprendizado e ressignificação nas minhas relações humanas. Ainda estou em busca de respostas – completa.
SINOPSE
Luana é uma adolescente introvertida, criada por sua mãe solteira. No primeiro dia de aula do último ano escolar, ela conhece Emília, também filha única, mas com pais ricos que vivem viajando. Sentindo a mesma solidão em contextos totalmente diferentes, as duas se tornam amigas. Mas a promessa dessa amizade intensa e explosiva é interrompida, quando Luana tem sua intimidade exposta nas redes sociais. Diante de uma situação cada vez mais opressiva, ela terá que descobrir quem realmente é: a menina que se esconde ou a mulher que se revela?
FICHA TÉCNICA
Ano: 2018
Produção: DElÍCIA FILMES E URUCU
Duração : 89 MINUTOS
Gênero: DRAMA
Direção: CRIS AZZI
Roteiro: CRIS AZZI
Produzido por: CRIS AZZI, ELIAS RIBEIRO, CAIT PANSEGROUW
Direção De Fotografia: LUÍS ABRAMO
Direção de Arte: MAÍRA MESQUITA
Produção Executiva: JÚLIA NOGUEIRA
Montagem: MATTHEW SWANEPOEL
Figurino: CAROLETA MAURÍCIO
Consultora De Figurino: FLORA REBOLLO
Maquiagem: GABRIELA DOMINGUEZ
Visagismo: AMANDA MIRAGE
Direção de Produção: MARCELA RECCHIONI
Assistente de Direção: WALLY ARÁUJO
Som Direto: OSVALDO FERREIRA
Design De Som e Mixagem: EDSON SECCO
Produtor Musical: GUTO BORGES
Trilha Sonora Original: BARULHISTA, GUTO BORGES, LÉO MARQUES
Produção de Elenco: FÁBIO GUIMARÃES (ED ELENCO)
Assessoria de Roteiro: JOANA OLIVEIRA
Script Doctor: LAURA BARILE
Consultor de Dramaturgia: ODILON ESTEVES
Elenco: EDUARDA FERNANDES, ANA CLARA LIGEIRO, LIRA RIBAS, HEWRISON KEN, MATHEUS SORIEDEM, MANU MARIA, GUTO BORGES, WILL SOARES, PAULO ANDRÉ, EUGÊNIO RAGGI, CAROLINA CORREA, THALES BRAGA, IRÍS HARRY, JESSIKA TORRES, MATHEUS ORNELAS
SOBRE O DIRETOR
Cris Azzi é um diretor, produtor e roteirista brasileiro. Tem 40 anos, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde reside atualmente.
É graduado em Comunicação Social pela Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-MG. Trabalhou por mais de uma década como Assistente de Direção contribuindo para a realização de mais de 20 filmes de longa metragem e séries de TV. Karim Ainouz, Anna Muylaert e Paul Leduc são alguns dos diretores que Cris trabalhou.
Como diretor estreou em 2007 com o documentário “Sumidouro”, exibido na Mostra Competitiva do Festival “É Tudo Verdade”. Seu segundo documentário, “O Dia do Galo”, co-direção com Luiz Felipe Fernandes, foi o vencedor do júri popular da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2015. Foi exibido durante 6 semanas nas salas de cinema em Minas Gerais alcançando mais de 30 mil espectadores.
Na ficção, seu primeiro trabalho em longa metragem foi o filme de episódios 5 Frações de Uma Quase história, dirigindo “Qualquer vôo”. Lançado em 2007, o filme foi exibido no Festival do Rio, Na Mostra Internacional de SP, na Mostra de Cinema de Tiradentes, no Chicago Latino Film Festival no Cine PE (prêmio especial do júri e melhor direção de arte) e no Brazilian Film Festival (prêmio especial do júri e melhor roteiro). Nos cinemas, “Luna” será o primeiro filme de ficção solo de Cris Azzi.